O ano 2015 não está a ser positivo. Trouxe mudanças é verdade, mas daquelas que não se gostam, das que não são boas.
À minha porta bateu o desemprego. Mudei de empregada para desempregada. Custa tanto dizer a palavra quando perguntam o que faz?? Sei que não sou a única, infelizmente bateu, bate e baterá à porta de milhares de portugueses.
Após 15 anos a trabalhar na mesma empresa e vê-la encerrar portas não é fácil (pensava que tinha emprego para o resto da vida, pois sim!! Só em sonhos!!). Já aqui tinha falado das dificuldades que a empresa atravessava, mas lá no fundo pensamos (pelo menos eu pensava) que podiam ser ultrapassadas um dia. Mas não, e o inevitável aconteceu. E como sempre, quem sofre são os empregados, que após longos anos de casa ficam agora desamparados.
Passaram 2 meses e o que inicialmente até me fez bem, estar em casa para pôr as ideias em ordem, agora começa a deprimir-me.
Sei que não posso desanimar, mas enviar currículos e nem para uma entrevista ser chamada causa desânimo. Dizem-me que ainda passou pouco tempo, eu sei, mas ao menos para uma entrevista. Sei que tenho experiência, mas também sei que já tenho quase 40 anos, o que faz de mim velha, sim velha (como é isso possível, se me sinto ainda jovem?) para trabalhar. Que país é este, que empregadores são estes, que querem funcionários com idades até aos 35 anos? Que fazem os mais velhos? Há reforma para nós? Não me parece. Querem pessoas com experiência e novas. Ok, desde que se acaba um curso (para aqueles que o tiram), até aos 35 anos ainda se pode ganhar experiência, é um facto.
Como não desanimar quando se sabe que não nos querem pela nossa idade, por sermos mulheres, quando nos descriminam?
Chego à conclusão que é um azar na vida ficar desempregada(o) quando se tem mais de 35 anos.
E como na minha, não tenho tido grande sorte, este azar também tinha de me calhar...
Tenho de pensar que melhores dias virão... e começar a ler este blog que descobri agora. Pode ser que me dê animo e me faça pensar de modo positivo.
